sexta-feira, 31 de julho de 2015
Excidium Troiae (Pars V)
(Graeci Troiam occupant)
Aeneas miseram fortunam Troianorum pulchrae reginae narrabat.
Aeneas: Graeci Troiam occupabant. Periculum erat magnum. Nostros viros feminasque cum amicis ad oppidi portam convocabam. Propter periculum sacra deorum ad portam portabamus, et Anchisae dabamus. Mei servi frumentum et aquam parabant. Meis amicis servisque gladios dabam. Anchises deos invocabat: "Amabatis Troiam Troianosque. Ubi estis? Spectatisne nostra pericula? Inter multa pericula laboramus. Amantne dei nostram patriam?"
Tradução
Enéas narrava a triste sorte dos troianos para a bela rainha.
Enéas: Os gregos ocupavam Troia. O perigo era grande. Eu convocava os nossos homens e mulheres com os amigos para o potão da cidade. Por causa do perigo, as coisas sagradas dos deuses levávamos para o portão e dávamos a Anquises. Os meus servos preparavam cereais e água. Eu dava espadas a meus amigos e servos. Anquises invocava os deuses: "Vós amáveis Troia e os troianos. Onde estais? Vedes nossos perigos? Estamos em dificuldade entre muitos perigos. Os deuses amam a nossa pátria?"
De viris illustribus Brasiliensibus - Machado de Assis
Ioachim Maria Machado de Assis anno 1839 (millesimo octingentesimo undequadragesimo) in urbe Flumine Ianuarii humilibus parentibus natus est. Vix ludum, universitatem numquam frequentavit; tamen litterarum studio incensus erat atque ab aliquibus amicis litteras didicit Latinas, Graecas, Francogallicas Anglicasque. Anno 1869 (millesimo octingentesimo undeseptuagesimo) Carolinam Augustam in matrimonium duxit nec vero liberos habuit. Ingenio suo indulgens diurnarius factus est et ad scribendum se contulit; paulo post, propter ornatum orationis, in se omnium animos convertit atque maximam laudem adeptus est. Non solum mythistorias, sed etiam poemata, fabulas scaenicas, narratiunculas scripsit. Ex libris quos conscripsit notissimi sunt ii qui inscribuntur "Memoria Postuma Blasii Cubas" et "Dominus Taciturnus". Praeterea cum aliis scriptoribus Academiam Brasiliensem Litterarum condidit atque omnium suffragiis eius primus praeses creatus est. Anno 1908 (millesimo nongentesimo octavo) ex vita migravit. Maximus scriptor Brasiliensis necnon unus ex principibus litterarum Lusitanicarum habetur.
Tradução
Joaquim Maria Machado de Assis nasceu no ano de 1839 na cidade do Rio de Janeiro de uma família simples. Quase não frequentou a escola e nunca foi à universidade; no entanto era apaixonado pelo estudo das letras e aprendeu com alguns amigos o latim, o grego, o francês e o inglês. No ano de 1869 casou-se com Carolina Augusta mas não teve filhos. Cedendo ao seu talento natural, tornou-se jornalista e dedicou-se à carreira de escritor; pouco depois, por causa da elegância de seu estilo, atraiu para si a atenção de todos e alcançou grande reconhecimento. Escreveu não só romances, mas também poemas, peças de teatro e contos. Dos livros que escreveu os mais conhecidos são os que têm por título "Memórias Póstumas de Brás Cubas" e "Dom Casmurro". Ademais, fundou com outros escritores a Academia Brasileira de Letras e foi eleito, por unanimidade, o seu primeiro presidente. Faleceu no ano de 1908. É considerado o maior escritor brasileiro e também um dos príncipes da literatura portuguesa.
quinta-feira, 30 de julho de 2015
Vulpes et persona tragica
(Vulpes personam tragicam videt)
Personam tragicam forte vulpes viderat;
quam postquam huc illuc semel atque iterum verterat,
'O quanta species' inquit 'cerebrum non habet!'
Hoc illis dictum est quibus honorem et gloriam
Fortuna tribuit, sensum communem abstulit.
(Ex fabulis Phaedri)
Tradução literal interlinear
Personam tragicam forte vulpes viderat;
Pessoa trágica [= máscara] por acaso uma raposa havia visto;
quam postquam huc illuc semel atque iterum verterat,
a qual depois para cá para lá uma vez e novamente havia virado,
'O quanta species' inquit 'cerebrum non habet!'
O quão grande beleza diz cérebro não tem
Hoc illis dictum est quibus honorem et gloriam
Isso para aqueles dito está para os quais a honra e a glória
Fortuna tribuit, sensum communem abstulit.
O destino concedeu, senso comum tirou.
Tradução
Uma raposa havia visto, por acaso, uma máscara de teatro;
depois de tê-la virado de um lado para o outro repetidas vezes,
diz: "Oh, quanta beleza, mas não tem cérebro!"
Diz-se isso daqueles aos quais o destino concedeu
honra e glória, mas os privou do bom senso.
(Das fábulas de Fedro)
Perseus caput Medusae abscidit (História de Perseu 5)
(Perseus caput Medusae abscidit)
Res erat difficillima abscidere caput Gorgonis: eius enim conspectu homines in saxum vertebantur. Propter hanc causam Minerva speculum ei dederat. Perseus igitur tergum vertit, et in speculum inspiciebat: hoc modo ad locum venit, ubi Medusa dormiebat. Tum falce sua caput eius uno ictu abscidit. Ceterae Gorgones statim e somno excitatae sunt, et, ubi rem viderunt, ira commotae sunt. Arma rapuerunt, et Perseum occidere volebant; ille autem, dum fugit, galeam magicam induit, et, ubi hoc fecit, statim e conspectu earum evasit.
Tradução
Era uma coisa coisa dificílima cortar a cabeça da Górgona: pois pelo olhar dela os homens eram transformados em pedra. Por esse motivo, Minerva lhe dera um espelho. Perseus, assim, virou-se de costas e olhava no espelho: desse modo veio ao local onde Medusa dormia. Então, com sua foice cortou a cabeça dela com um só golpe. As outras Górgonas imediatamente foram acordadas do sono e, quando viram o fato, ficaram exasperadas pela ira. Pegaram as armas e queriam matar Perseu; mas ele, enquanto foge, coloca o capacete mágico e, quando fez isso, imediatamente sumiu do olhar delas.
Mathematica I
Dixit quidam emptor: Volo de denariis C (centum) porcos emere; sic tamen, ut verres X (decem) denariis emantur; scrofa autem V (quinque) denariis; duo vero porcelli denario uno. Dicat, qui intelligit, quot verres, quot scrofae, quotve porcelli esse debeant, ut in neutris numerus nec superabundet, nec minuatur? - ex Alcuino
Solutio
Fac VIIII (novem) scrofas et unum verrem in quinquaginta quinque denariis; et LXXX (octoginta) porcellos in XL (quadraginta). Ecce porci XC (nonaginta). In residuis V (quinque) denariis, fac porcellos X (decem), et habebis centenarium numerum in utriusque.
Solutio
Fac VIIII (novem) scrofas et unum verrem in quinquaginta quinque denariis; et LXXX (octoginta) porcellos in XL (quadraginta). Ecce porci XC (nonaginta). In residuis V (quinque) denariis, fac porcellos X (decem), et habebis centenarium numerum in utriusque.
Tradução
Disse certo comprador: Quero comprar cem porcos por cem denários; contudo, de modo que sejam comprados varrões por dez denários; mas uma porca por cinco denários; mas dois leitões por um denário. Diga, aquele que compreende, quantos varrões, quantas porcas e quantos leitões deve haver para que em nenhum dos dois o número nem exceda, nem seja diminuído.
[Comentário do tradutor: varrão é um tipo de porco; em nenhum dos dois, ou seja, nem em porcos nem em denário; o número nem exceda, nem seja diminuído, ou seja, ao comprar cem porcos com os cem denários não podem sobrar nem porcos nem denários.]
Solução
Faze nove porcas e um varrão em cinquenta e cinco denários, e oitenta leitões em quarenta. Eis noventa porcos. Nos cinco denários restantes, faze dez leitões e terás o número centenário em ambos.
quarta-feira, 29 de julho de 2015
De pastore bono
Ego sum pastor bonus. Bonus pastor animam suam dat pro ovibus suis. Mercenarius autem si forte lupus venit, lupum videt et dimittit oves et fugit; et lupus rapit et dispergit oves. Mercenarius autem fugit, quia mercenarius est, et non curat de ovibus. Ego sum pastor bonus, et cognosco meas. Et animam meam pono pro ovibus meis. Et alias oves habeo, non ex ovili vestro, et meam vocem quoque audiunt. - ex Biblia Vulgata.
Tradução
Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá sua vida por suas ovelhas. Mas o mercenário, se por acaso vem o lobo, vê o lobo e dispensa as ovelhas e foge; e o lobo captura e dispersa as ovelhas. Mas o mercenário foge, porque é mercenário, e não se importa com as ovelhas. Eu sou o bom pastor, e conheço as minhas. E ofereço a minha vida pelas minhas ovelhas. E tenho outras ovelhas, não do vosso redil, e também ouvem a minha voz.
Perseus Medusam invenit (História de Perseu 4)
(Perseus apud Graias)
Perseus, ubi haec audivit, ex insula discessit, et postquam ad continentem venit, Medusam quaesivit. Diu frustra quaerebat; namque naturam loci ignorabat. Tandem Apollo et Minerva viam demonstraverunt. Primum ad Graias, sorores Medusae, pervenit. Ab his talaria et galeam magicam accepit. Apollo autem et Minerva falcem et speculum dederunt. Tum postquam talaria pedibus induit, in aera ascendit. Diu per aera volabat: tandem tamen ad eum locum venit, ubi Medusa cum ceteris Gorgonibus habitabat: Gorgones autem monstra erant specie horribili: capita enim earum squamis omnino contecta sunt: manus etiam ex aere factae sunt.
Tradução
Perseu, quando ouviu estas coisas, partiu da ilha, e depois que veio ao continente, procurou Medusa. Por longo tempo em vão procurava; pois ignorava a natureza do lugar. Finalmente, Apolo e Minerva mostraram o caminho. Primeiramente, chegou até as Graias, irmãs de Medusa. Delas recebeu sapatos alados e um capacete mágico. Mas Apolo e Medusa deram uma foice e um espelho. Então, depois que calçou os sapatos alados nos pés, subiu nos ares. Por longo tempo voava pelos ares: finalmente, contudo, veio àquele lugar onde Medusa morava com as outras Górgonas: as Górgonas, por sua vez, eram monstros de aspecto horrível: pois as cabeças delas eram completamente cobertas de escamas: e também as mãos eram feitas de bronze.
Aeneas malam fortunam Troiae narrat (Pars IV)
(Aeneas malam fortunam Troiae narrat)
Dido: Meos tuosque amicos convocabo. Narrabisne malam fortunam Troiae?
Aeneas: Narrabo. Cum meo parvo filio et femina, Creusa, in oppido meo habitabam. Vitam bonam Troianorum laudabamus. Nuntii bellum nuntiabant: "Graeci ad Asiam navigabunt." Troiani bellum parabant et Graecos exspectabant. Bellum in patriam meam portabant Graeci. Graecorum gladii multos Troianos vulnerabant. Troiani laborabamus: Graeci Troianos superabant. Cum Graecis feris pugnabam et multos vulnerabam. O, mala narro! Graeci meum oppidum altum occupabant.
Tradução
Tradução
Dido: Convocarei os meus e os teus amigos. Narrarás a má sorte de Troia?
Enéas: Narrarei. Eu morava em minha cidade com meu filho pequeno e minha esposa, Creusa. Louvávamos a boa vida dos troianos. Os mensageiros anunciavam a guerra: "Os gregos navegarão para a Ásia." Os troianos preparavam a guerra e esperavam os gregos. Os gregos traziam a guerra para a minha pátria. As espadas dos gregos feriam muitos troianos. Os troianos estávamos em dificuldade: os gregos superavam os troianos. Eu lutava com os gregos ferozes e feria muitos. Oh, narro coisas más! Os gregos estavam ocupando minha cidade ilustre.
terça-feira, 28 de julho de 2015
Dei Aenean ad Italiam vocant (Pars III)
(Aeneas et Elissa)
Regnum Elissae in Africa est. Regnum est latum et oppidum est magnum altumque. Feri Africani reginam non amant. Bellum parant, sed reginae oppidum non occupant.
Aeneas cum amicis a Sicilia ad Africam navigat. Elissa Aenean amat et dicit: "Meum regnum est tuum. In magno periculo sumus. Troianis meam patriam do."
Sed dei Troianos in Italiam vocant. Aeneas: "Tuum regnum est magnum et bonum et pulchrum, et Africani sunt mali. Te et tuum regnum laudo, et te amo. Sed dei Troianos ad Italiam vocant."
Tradução
O reino de Elissa fica na Africa. O reino é vasto e a cidade é grande e ilustre. Os africanos ferozes não amam a rainha. Preparam uma guerra, mas não ocupam a cidade da rainha.
Enéas navega com seus amigos da Sicília para a África. Elissa ama Enéas e diz: "O meu reino é teu. Estamos em um grande perigo. Dou minha pátria para os troianos."
Mas os deuses chamam Enéas para a Itália. Enéas: "O teu reino é grande, bom e belo, e os africanos são maus. Louvo a ti e a teu reino, e te amo. Mas os deuses chamam os troianos para a Itália."
Polydectes Perseum dimittere constituit (História de Perseu 3)
(Perseus adolescens promittit se caput Medusae referre)
Perseus igitur multos annos ibi habitabat, et cum matre sua vitam agebat beatam. At Polydectes Danaen magnopere amabat, atque eam in matrimonium ducere volebat. Hoc tamen consilium Perseo minime gratum erat. Polydectes igitur Perseum dimittere constituit. Tum juvenem ad se vocavit et haec dixit: "Turpe est vitam hanc ignavam agere; iamdudum tu adolescens es; quousque hic manebis? Tempus est arma capere et virtutem praestare. Hinc abi, et caput Medusae mihi refer."
Tradução
Assim, vivia Perseu lá por muitos anos e levava uma vida feliz com sua mãe. Mas Polidecto amava Dânae grandemente e queria casar-se com ela. Contudo, esse plano não agradava em nada a Perseu. Assim, Polidecto decidiu enviar Perseu para longe. Então chamou o jovem a si e lhe disse estas coisas: "É vergonhoso levar esta vida preguiçosa; há tempos és adolescente; até quando ficará aqui? É tempo de pegar as armas e demonstrar virtude. Vai-te daqui, e traze a cabeça da Medusa para mim."
segunda-feira, 27 de julho de 2015
Formica et cicada
In parva casa prope magnam silvam formica impigra habitabat. Aestate formica laborabat et cibum
in casam portabat. Laeta erat, sed non cantabat.
Prope casam formicae impigrae cicada pigra habitabat. Formica impigra pigram cicadam monebat,
sed cicada non laborabat; semper cantabat. Hieme formica cibum habebat; cicada cibum non habebat.
Olim, ut fabula est, cicada misera parvam casam formicae videt. Ad casam volat; ianuam pulsat. Formica domi est, sed ianuam non aperit. Per fenestram formica cicadam spectat.
Misera cicada ianuam iterum pulsat et clamat, “Tu cibum habes; ego cibum non habeo; cibum oro.”
Formica ianuam aperit et dicit: "Tu pigra es! Aestate ego laboro; aestate tu non laboras. Formicae sunt impigrae; nos laboramus aestate; hieme cibum habemus. Cicadae aestate non laborant; hieme vos cibum non habetis. Vos pigrae estis! Cur non laboratis?"
Cicada misera a casa formicae volat. Non iam cantat.
Tradução
Uma formiga trabalhadora morava em uma pequena choupana perto de uma grande floresta. No verão, a formiga trabalhava e levava comida para a choupana. Era feliz, mas não cantava.
Perto da choupana da formiga trabalhadora, morava uma cigarra preguiçosa. A formiga trabalhadora advertia a cigarra preguiçosa, mas a cigarra não trabalhava; sempre cantava. No inverno, a formiga tinha alimento; a cigarra não tinha alimento.
Um dia, como diz a fábula, a pobre cigarra vê a pequena choupana da formiga. Voa em direção à choupana; bate na porta. A formiga está em casa, mas não abre a porta. A formiga observa a cigarra pela janela.
A pobre cigarra bate novamente na porta e clama: "Tu tens comida; eu não tenho comida; peço comida." A formiga abre a porta e diz: "Tu és preguiçosa! No verão eu trabalho; no verão tu não trabalhas. As formigas são trabalhadoras; nós trabalhamos no verão; no inverno temos comida. As cigarras não trabalham no verão; no inverno vós não tendes comida. Vós sois preguiçosas! Por que não trabalhais?"
A pobre cigarra voa da choupana da formiga. Já não canta.
domingo, 26 de julho de 2015
Danae et Perseus in insula Seripho (História de Perseu 2)
(Danae cum Perseo infante a piscatore reperta est)
Iuppiter tamen haec omnia vidit, et filium suum servare constituit. Fecit igitur mare tranquillum, et arcam ad insulam Seriphum perduxit. Huius insulae Polydectes tum rex erat. Postquam arca ad litus appulsa est, Danae in arena quietem capiebat. Post breve tempus a piscatore quodam reperta est, et ad domum regis Polydectis adducta est. Ille matrem et puerum benigne excepit, et sedem tutam in finibus suis dedit. At Danae hoc donum libenter accepit, et pro tanto beneficio regi gratias egit.
Tradução
Mas Júpiter viu todas essas coisas, e decidiu salvar o filho. Assim, tornou o mar tranquilo, e conduziu a arca para a ilha Sérifos. O rei desta ilha era então Polidecto. Depois que a arca aportou na praia, Dânae descansava na praia. Depois de pouco tempo, foi encontrada por certo pescador, e foi conduzida para a casa do rei Polideto. Este recebeu a mãe e o menino com benevolência e concedeu-lhes uma morada segura em seu território. Quanto a Dânae, aceitou esse presente com alegria e agradeceu ao rei por tão grande benefício.
sábado, 25 de julho de 2015
Vita Sancti Petri
Simon Petrus, filius Ioannis, provinciae Galileae, e vico Bethsaida, frater Andreae apostoli (Matth. IV, 18), et princeps Apostolorum, post episcopatum Antiochensis Ecclesiae, et praedicationem dispersionis eorum qui de circumcisione crediderant, in Ponto, Galatia, Cappadocia, Asia, et Bithynia (I Petr. I, 1), secundo Claudii imperatoris anno, ad expugnandum Simonem magum, Romam pergit, ibique viginti quinque annis Cathedram Sacerdotalem tenuit, usque ad ultimum annum Neronis, id est, decimum quartum. A quo et affixus cruci, martyrio coronatus est, capite ad terram verso, et in sublime pedibus elevatis: asserens se indignum qui sic crucifigeretur ut Dominus suus. Scripsit duas Epistolas, quae Catholicae nominantur: quarum secunda a plerisque eius esse negatur, propter styli cum priore dissonantiam. Sed et Evangelium iuxta Marcum, qui auditor eius et interpres fuit, huius dicitur. Libri autem, e quibus unus Actorum eius inscribitur, alius Evangelii, tertius Praedicationis, quartus Apocalypseos, quintus Iudicii, inter apocryphas scripturas repudiantur. Sepultus Romae in Vaticano, iuxta viam Triumphalem, totius orbis veneratione celebratur. - Sanctus Ieronimus, De Vir. Illus. I.
Tradução
Simão Pedro, filho de João, do vilarejo de Betsaida da província da Galileia, irmão do apóstolo André (Mat. 4,8), e chefe dos Apóstolos, após o episcopado da igreja antioquena e a pregação para dispersão - para aqueles que haviam crido vindos da circuncisão - no Ponto, na Galácia, na Ásia e na Bitínia (1 Ped. 1,1), no segundo ano do imperador Cláudio, dirigiu-se a Roma para debelar Simão Mago e lá manteve sua cátedra sacerdotal por vinte e cinco anos, até o último ano de Nero, ou seja, o décimo quarto. Por ele crucificado, foi coroado com o martírio, com a cabeça voltada para o solo e os pés, para o alto, afirmando que era indigno de ser crucificado como seu Senhor. Escreveu duas epístolas, que são chamadas de "católicas", sendo que muitos negam que a segunda seja de sua autoria por causa da dissonância de estilo em comparação com a primeira. Mas também o Evangelho segundo Marcos, que foi seu ouvinte e intérprete, é considerado de sua autoria. Porém, livros como um com o título de Atos de Pedro, outro de Evangelho de Pedro, um terceiro de Pregação de Pedro, um quarto de Apocalipse de Pedro, um quinto de Julgamento de Pedro, são rejeitados entre as escrituras apócrifas. Está sepultado em Roma, no Vaticano, ao lado da via Triunfal e é celebrado com a veneração de todo o mundo.
Aeneas Carthaginem navigat (Pars II)
(Aeneas Carthaginem navigat)
Post longum bellum in Asia, Aeneas cum amicis ab Asia ad Italiam navigat. Sed periculum est in Europa. Ab Europa ad Africam navigat. Est magnum oppidum in Africa. Oppidum est Carthago. Elissa, quae quoque Dido appellatur, est regina oppidi. Elissa frumentum et dona Aeneae amicis dat. Elissa Aenean amat. Dei Aenean reginamque de caelo spectant.
Nautae Aeneae et viri feminaeque in oppido sunt amici. Sed periculum est in Africa.
Tradução
Depois de uma longa guerra na Ásia, Enéas navega com os amigos da Ásia para a Itália. Mas há um perigo na Europa. Navega da Europa para a África. Há uma grande cidade na África. A cidade é Cartago. Elissa, que também é chamada de Dido, é a rainha da cidade. Elissa dá trigo e presentes para os amigos de Enéas. Elissa ama Enéas. Os deuses observam do céu Enéas e a rainha.
Os marinheiros de Enéas e os homens e mulheres na cidade são amigos. Mas há um perigo na África.
A vida de Maria em versão bilíngue para colorir
A partir de hoje publicarei em capítulos uma versão bilíngue latim-português de um livreto infantil, escrito originalmente em francês, sobre a vida de Maria.
Abaixo, as "cenas" do primeiro capítulo.
Espero que gostem!
Perseus in arca lignea (História de Perseu 1)
(Perseus in arca lignea)
Haec narrantur a poetis de Perseo. Perseus filius erat Iovis, maximi deorum: avus eius Acrisius appellatus est. Acrisius volebat Perseum nepotem suum necare; nam propter oraculum puerum timebat. Comprehendit igitur Perseum, adhuc infantem, et cum matre in arca lignea inclusit. Tum arcam ipsam in mare coniecit. Danae, Persei mater, magnopere territa est: tempestas enim magna mare turbabat. Perseus autem in sinu matris dormiebat.
Tradução
Essas coisas são narradas pelos poetas sobre Perseu. Perseu era filho de Júpiter, o maior dos deuses: seu avô chamou-se Acrísio. Acrísio queria matar Perseu, seu neto; pois temia o menino por causa de um oráculo. Assim, agarrou Perseu ainda bebê e o trancou em um baú de madeira com a mãe dele. Depois, arremessou o baú no mar. Dânae, mãe de Perseu, assustou-se muito: ora, uma grande tempestade agitava o mar. Perseu, porém, dormia no colo da mãe.
sexta-feira, 24 de julho de 2015
Bellum Troianum (Pars I)
(Aeneas Anchisen portat et Creusam filiumque vocat)
Segue abaixo uma versão simplificada da guerra de Troia (com a respectiva tradução) para prática da leitura. Espero que gostem!
In Asia est vir
clarus. Vir est Anchises. Dea Anchisen amat. Aeneas est filius deae
et Anchisae. Aeneae femina est Creusa. Creusa Aeneasque filium vocant
Ascanium.
Aeneae patria est
Troia. Troia non est in Europa, sed in Asia. Graeci et viri Troiae
pugnant. Graeci Troiam occupant. Aeneas Anchisen portat. Creusam
filiumque vocat.
Aeneas: “Non iam
est Troia. Sed dei deaeque viros Troiae amant. Etiam feminas et
pueros puellasque amant. Hodie ad Italiam navigamus.” - Jenny and Scudder, First Year Latin.
Tradução
Na Ásia há um homem famoso. O homem é Anquises. Uma deusa ama Anquises. Enéas é filho da deusa e de Anquises. A mulher de Enéas é Creusa. Creusa e Enéas chamam seu filho de Ascânio.
A pátria de Enéas é Troia. Troia não fica na Europa, mas na Ásia. Os gregos e os homens de Troia lutam. Os gregos ocupam Troia. Enéas carrega Anquises. Chama Creusa e seu filho.
Enéas: "Troia já não existe. Mas os deuses e as deusas amam os homens de Troia. Também amam as mulheres, os meninos e as meninas. Hoje navegamos para a Itália."
Angele Dei!
Angele Dei, qui custos es mei, me, tibi commíssum pietáte supérna, illúmina, custódi, rege et gubérna. Amen.
Ó anjo de Deus, que és meu protetor, a mim, que fui confiado a ti pela piedade divina, ilumina, protege, rege e governa. Amém.
In schola
Texto:
1º Quadrinho
Na escola
"Olá, todos! Estamos na escola. Sou o professor. E vocês são os alunos."
2º Quadrinho
Eis algumas coisas que os alunos usam na escola: mesa, cadeira, caneta, lápis, livro.
3º Quadrinho
O dever do professor é ensinar; já o dos alunos é aprender bem. Lembrem-se: não aprendemos para a escola, mas para a vida. Até logo!
quinta-feira, 23 de julho de 2015
Lacernella Rubra
Olim erat parva puella quae in silva habitabat. Mater puellam multum amabat, sed avia eam adeo amabat ut ei pulcherrimam lacernam rubram daret. Puella semper lacernam gerebat et post breve tempus Lacernella Rubra appellata est.
Quodam die mater, cibo aviae parato, Lacernellam Rubram vocavit. "Fer, filia, hunc cibum ad domum aviae tuae, timeo enim ne ea aegra sit." Lacernella Rubra corbem cibi ferens ad domum aviae profecta est.
Avia in alio oppido habitabat et, ut eam visitaret, per silvam ambulandum erat Lacernellae Rubrae. Mox, in aterrima silvae parte, magnus lupus Lacernellam Rubram vidit. Lupus esuriens puellam edere cupivit neque ausus est. "Multi lignatores in silva sunt," putat lupus, "et unus certe me necabit si puellam oppugnavero. Ergo, dolo utar." Puellam appropinquans rogavit "Quo, puella, cum corbe is?"
Lacernella Rubra numquam lupum viderat nec periculum recognovit. "Ambulo ad domum aviae ut ei cibum dem," lupo respondit.
Deinde lupus rogavit ubi avia habitaret, et Lacernella Rubra aviam in parva domo ad flumen in secundo oppido habitare respondit. Lupus puellae gratias egit et abiit. Lacernella Rubra iterum ambulare coepit. Lupus autem quam celerrime ad domum aviae cucurrit. Perveniens portam pulsavit, et avia rogavit quis adesset. "Tua neptis Lacernella Rubra adsum," ait lupus parva voce, "tibi cibum tuli." Cum avia portam aperuisset, lupus in cameram saluit, aviam rapuit, et, eheu, eam voravit! Sedens post cenam, lupus pulsationem audivit.
"Quis adest?" rogavit lupum. "Tua neptis Lacernella Rubra adsum," respondit vox. Vera Lacernella Rubra pervenerat. Lupus in cubiculum aviae cucurrit, vestibus aviae se vestivit, et dixit "Intra, neptis." Lacernella Rubra vocem non recognovit, sed putans aviam faucibus aegram esse intravit.
"In cubiculo adsum, neptis, intra," ait lupus. Lacernella Rubra in cubiculum intrans lupum vestes aviae gerentem vidit.
"En, tanti oculi tibi sunt," clamavit Lacernella Rubra, ingentes oculos lupi videns.
"Ita, quo melius te videam," respondit lupus.
"Et tantae aures tibi sunt,"
"Quo melius te audiam."
"Et tanti dentes tibi sunt,"
"Quo melius te vorem!" clamavit lupus, e cubili saliens ut Lacernellam Rubram raperet.
"Eheu! Me iuva! Iuva!" clamavit Lacernella Rubra. Subito lignator, qui forte haud procul ambulabat, clamores audiens intravit. Lupum uno ictu securis necavit, Lacernellam Rubram servans. Paucis annis post, lignator Lacernellam Rubram in matrimonium duxit, et feliciter posthac habitabant. Et illa est fabula Lacernellae Rubrae.
Tradução:
Era uma vez uma menina que morava na floresta. A mãe amava muito a menina, mas a avó a amava tanto que lhe dera uma belíssima capa vermelha com capuz. A menina sempre usava a capa e depois de pouco tempo foi apelidada de Chapeuzinho Vermelho.
Certo dia, a mãe, depois de ter preparado uma comida para a avó, chamou Chapeuzinho Vermelho. "Leve, filha, esta comida para a casa da sua avó; receio que ela esteja doente." Chapeuzinho Vermelho, carregando o cesto de comida, partiu para a casa da avó.
A avó morava em outra cidade e, para visitá-la, Chapeuzinho Vermelho devia andar pela floresta. Pouco depois, na parte mais escura da floresta, um grande lobo viu Chapeuzinho Vermelho. O lobo faminto quis comer a menina mas não ousou fazê-lo. "Há muitos lenhadores na floresta", pensa o lobo, "e certamente algum me matará se eu atacar a garota. Portanto, usarei de trapaça." Aproximando-se da menina, perguntou: "Aonde vai, menina, com o cesto?"
Chapeuzinho Vermelho nunca tinha visto o lobo e não percebeu o perigo. "Caminho para a casa de minha avó para lhe dar comida", respondeu ao lobo.
Depois, o lobo perguntou onde morava a avó, e Chapeuzinho Vermelho respondeu que a avó morava em uma pequena casa perto do rio na segunda cidade. O lobo agradeceu à menina e partiu. Chapeuzinho novamente começou a caminhar. Mas o lobo correu para a casa da avó o mais rápido que pôde. Ao chegar, bateu na porta e a avó perguntou quem estava ali. "Sou eu, sua neta Chapeuzinho Vermelho", diz o lobo em voz baixa, "trouxe comida para você." Quando a avó abriu a porta, o lobo saltou para dentro do quarto, pegou a avó e, oh não!, devorou-a. Ao sentar-se depois do jantar, o lobo ouviu uma batida na porta.
"Quem está aí?", perguntou o lobo. "Sou eu, sua neta Chapeuzinho Vermelho", respondeu a voz. A verdadeira Chapeuzinho Vermelho tinha chegado. "Entre, minha neta." Chapeuzinho Vermelho não reconheceu a voz, mas, acreditando que a avó estava doente da garganta, entrou.
"Estou no quarto, neta, entre," diz o lobo. Chapeuzinho Vermelho, ao entrar no quarto, viu o lobo usando as roupas da avó.
"Nossa, que grandes olhos você tem", gritou Chapeuzinho Vermelho ao ver os grandes olhos do lobo.
"Sim, são para vê-la melhor", respondeu o lobo.
"E que grandes orelhas você tem."
"São para ouvi-la melhor."
"E que grandes dentes você tem."
"São para devorá-la melhor!", gritou o lobo, saltando da cama para capturar Chapeuzinho Vermelho.
"Socorro! Ajudem-me! Ajudem!" gritou Chapeuzinho Vermelho. De repente, um lenhador, que por acaso passava não longe dali, ao ouvir os gritos, entrou. Matou o lobo com um só golpe de seu machado, salvando Chapeuzinho Vermelho. Poucos anos depois, casou-se com Chapeuzinho Vermelho e viveram felizes para sempre. E esta é a história de Chapeuzinho Vermelho.
Tradução:
Era uma vez uma menina que morava na floresta. A mãe amava muito a menina, mas a avó a amava tanto que lhe dera uma belíssima capa vermelha com capuz. A menina sempre usava a capa e depois de pouco tempo foi apelidada de Chapeuzinho Vermelho.
Certo dia, a mãe, depois de ter preparado uma comida para a avó, chamou Chapeuzinho Vermelho. "Leve, filha, esta comida para a casa da sua avó; receio que ela esteja doente." Chapeuzinho Vermelho, carregando o cesto de comida, partiu para a casa da avó.
A avó morava em outra cidade e, para visitá-la, Chapeuzinho Vermelho devia andar pela floresta. Pouco depois, na parte mais escura da floresta, um grande lobo viu Chapeuzinho Vermelho. O lobo faminto quis comer a menina mas não ousou fazê-lo. "Há muitos lenhadores na floresta", pensa o lobo, "e certamente algum me matará se eu atacar a garota. Portanto, usarei de trapaça." Aproximando-se da menina, perguntou: "Aonde vai, menina, com o cesto?"
Chapeuzinho Vermelho nunca tinha visto o lobo e não percebeu o perigo. "Caminho para a casa de minha avó para lhe dar comida", respondeu ao lobo.
Depois, o lobo perguntou onde morava a avó, e Chapeuzinho Vermelho respondeu que a avó morava em uma pequena casa perto do rio na segunda cidade. O lobo agradeceu à menina e partiu. Chapeuzinho novamente começou a caminhar. Mas o lobo correu para a casa da avó o mais rápido que pôde. Ao chegar, bateu na porta e a avó perguntou quem estava ali. "Sou eu, sua neta Chapeuzinho Vermelho", diz o lobo em voz baixa, "trouxe comida para você." Quando a avó abriu a porta, o lobo saltou para dentro do quarto, pegou a avó e, oh não!, devorou-a. Ao sentar-se depois do jantar, o lobo ouviu uma batida na porta.
"Quem está aí?", perguntou o lobo. "Sou eu, sua neta Chapeuzinho Vermelho", respondeu a voz. A verdadeira Chapeuzinho Vermelho tinha chegado. "Entre, minha neta." Chapeuzinho Vermelho não reconheceu a voz, mas, acreditando que a avó estava doente da garganta, entrou.
"Estou no quarto, neta, entre," diz o lobo. Chapeuzinho Vermelho, ao entrar no quarto, viu o lobo usando as roupas da avó.
"Nossa, que grandes olhos você tem", gritou Chapeuzinho Vermelho ao ver os grandes olhos do lobo.
"Sim, são para vê-la melhor", respondeu o lobo.
"E que grandes orelhas você tem."
"São para ouvi-la melhor."
"E que grandes dentes você tem."
"São para devorá-la melhor!", gritou o lobo, saltando da cama para capturar Chapeuzinho Vermelho.
"Socorro! Ajudem-me! Ajudem!" gritou Chapeuzinho Vermelho. De repente, um lenhador, que por acaso passava não longe dali, ao ouvir os gritos, entrou. Matou o lobo com um só golpe de seu machado, salvando Chapeuzinho Vermelho. Poucos anos depois, casou-se com Chapeuzinho Vermelho e viveram felizes para sempre. E esta é a história de Chapeuzinho Vermelho.
segunda-feira, 20 de julho de 2015
Sugestão de desenhos para crianças
Antes do nascimento de nossos pequeninos, muitas vezes juramos de pés juntos que não vamos colocá-los na frente da TV. Dizemos que vamos elaborar atividades inteligentes para que se distraiam ou que vamos mantê-los sossegados ao som do melhor da música clássica. Mas não tem jeito. As circunstâncias e as obrigações do cotidiano acabam forçando-nos a, vez ou outra, deixar nossos príncipes e princesas diante da telinha. No entanto, não é necessário desperdiçar esse momento com produções infrutíferas e sem propósito. A TV pode ser uma aliada dos pais, desde que usada com bom senso. Há muitas produções que podem enriquecer o intelecto de nossos pimpolhos.
Uma boa sugestão de desenhos é a coleção chamada "Grandes Personagens da História". São dez volumes, cada um com duas histórias, que narram a vida de grandes homens e mulheres. As animações têm boa qualidade de imagem, enredo cativante e uma duração que não entedia a criança. É uma boa combinação de cultura geral com entretenimento.
Sugestão:
Pais, assistam aos desenhos com seus filhos e interrogue-os - com ar de espontaneidade para não parecer uma sabatina - sobre o que viram. Essa é uma boa forma de verificar como anda a atenção, a concentração e a compreensão deles.
Abaixo, a imagem da capa do volume três da coleção.
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